A Duquesa de Pomar recebia, em sua capela particular, convidados para mais uma de suas incomuns reuniões. À frente, liderando preces evocatórias estava Jules Doinel, bibliotecário de Orleans, acompanhado de tantas outras autoridades do ocultismo da época bem como do cenário político, inclusas visitas de países vizinhos. Foi justo com o decrescer da luz do sol, lá fora, e junto ao êxtase e fumaça de incenso queimado ao pé do altar, que se viu surgir as presenças imponentes quando escapa-lhe da boca o aviso: “Atenção todos à chegada dos Bispos do Sínodo de Montségur!”. Entreolhares, sombras cresciam junto às paredes da capela e se confundiam com a cor das luzes que cruzavam os vitrais, corações acelerados, um respeito instantâneo que preenchia o local da reunião.
Foi através do mesmo médium que os Bispos deram, um por um, seus respectivos nomes, numa apresentação formal da comitiva gnóstica, fato posteriormente provado em investigações documentais. Um prodígio místico acontecia naquele exato momento, um destes Bispos de nome Guilhalbert de Castres (Bispo de Toulouse e Patriarca), tomando a palavra deixou indicações perfeitamente precisas de como, a partir daquele evento, ocorreria o ressurgimento da Luz da Gnose em nosso mundo.
Como se não houvesse tempo ou espaço, todos foram transportados para aura de Montségur, onde viam Doinel ajoelhado e sendo, como que pessoalmente, sagrado Patriarca do renascer da Gnose. Exatamente junto ao último fio de luz que restara do poente, surgiu audivelmente a todos a voz uníssona do Sínodo que dizia: “ A BENÇÃO DO SANTO PLEROMA E DOS AEONES, SEJA CONVOSCO! NÓS VOS ABENÇOAMOS, COMO ABENÇOAMOS OS MÁRTIRES DE MONTSÉGUR!”, a qual todos os presentes responderam igualmente: “Amém, Amém, Amém!”
Uma adaptação literária por + Frater AEL
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