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Mostrando postagens de agosto, 2014

Dos que se tornam servidores no martinismo (Parte II)

Assim ouvi de um certo Filósofo Desconhecido: “Homem de Desejo, dissolva-se completamente, com clara visão e incognitamente, na Natureza Divina! Já caminhas entre os homens, mas não o é, comungas com o Senhor, mas não o é... Tu és o Cavaleiro, veículo do Artífice! Homem Regenerado está sendo Reintegrado! Não há mais Dois (eu e outro), não há mais Dois (eu e o Senhor), somos Um! A Luz é reflexo de sua mente, pensamento do Senhor... Assim venceu o sofrimento, assim venceu a limitação dos sentidos, assim regressa, pródigo filho que sempre foi, à casa do Pai! O Reino, antes morada do Mal, torna-se a Cidade Celeste, fonte do Bem, inicia pois o teu Ministério..." “Eu e o Pai somos um” Um Servidor Incógnito

Dos que se associam ao martinismo... (Parte I)

Assim ouvi de certo Filósofo Desconhecido: “ (...) Aquele que começa a enamorar-se da Sabedoria deve entender as origens do seu trabalho. Saiba que os Homens da Torrente estão cegos e insensíveis ao Mal que destila e se insinua por todos os lados. Mas saiba que o Mal possui um poder e tempo limitados, aqueles que aprendem os sinais, adquirem a consciência e visão, observam e atuam na sua imediata transformação, estes são os Cavaleiros de nobres desígnios. Saiba que o homem pode atingir a Iluminação, para tal existem dois caminhos: a observação do homem em si ou do Universo que o rodeia, pois as Leis que os governam são análogas. Há, portanto, a possibilidade latente no homem de retornar ao seio do Divino, estar um com Ele, para tal as marcas do Mal que impregnam a vida cotidiana devem ser abandonadas, seu conteúdo deverá ser transmutado, sob o cadinho do Amor, render-se à uma nova vida, apropriação da sua herança por direito. Seja pela via externa ou interna, o Homem ao tomar

Os Bispos de Montségur

Setembro - 1889, Tiranti - Nice /  França. A Duquesa de Pomar recebia, em sua capela particular, convidados para mais uma de suas incomuns reuniões. À frente, liderando preces evocatórias estava Jules Doinel, bibliotecário de Orleans, acompanhado de tantas outras autoridades do ocultismo da época bem como do cenário político, inclusas visitas de países vizinhos. Foi justo com o decrescer da luz do sol, lá fora, e junto ao êxtase e fumaça de incenso queimado ao pé do altar, que se viu surgir as presenças imponentes quando escapa-lhe da boca do médium o aviso: “Atenção todos à chegada dos Bispos do Sínodo de Montségur!”. Entreolhares, sombras cresciam junto às paredes da capela e se confundiam com a cor das luzes que cruzavam os vitrais, corações acelerados, um respeito instantâneo que preenchia o local da reunião. Foi através do mesmo médium que os Bispos deram, um por um, seus respectivos nomes, numa apresentação formal da comitiva gnóstica, fato posteriormente provado em inve

Yidam: realidade relativa e realidade absoluta

No budismo vajrayana o Yidam (Divindade Meditacional) não é tido como oposto ao ensinamento do Budha em seus Giros da Roda do Dharma. Em verdade, as Divindades Meditacionais  são compreendidas em diferentes níveis  que vão, para os leigos, de divindades externas até, para Mestres de Dharma e praticantes, como faculdades da Mente Iluminada, meios hábeis do método meditacional. A Natureza dos Yidams é dupla,  relativa e absoluta também chamadas como “realidade guia” e “realidade definitiva” da Natureza da própria mente. A “realidade guia” constitui os meios hábeis , aparentes, que nos encaminham à Verdade, levando em consideração as limitações intelectuais e emocionais (psíquicas) dos indivíduos. Por outro lado a “realidade absoluta”, o verdadeira natureza da mente, a Insubstancialidade, é a realização das qualidades inerentes àquela relativa. A dita “realidade guia” não pode ser chamada de falsa em comparação com a “realidade definitiva” pois àquela é parte desta, um método par

Sobre a prática de Mahakala – por Khenpo Karthar Rinpoche

Em uma PUJA (ou um RITUAL DE PRÁTICA DE SADHANA), invocamos e dirigimo-nos ao Guru, ao Yidam e às Três Raízes, ou, neste caso, ao protetor, Mahakala, que também pode ser entendido como a personificação das Três Raízes. Nosso foco principal em uma puja é a atividade iluminada que permeia o tempo e o espaço. Levando-se em conta que os Yidams (deidades budistas iluminadas) estão mais especificamente relacionados com o aspecto ativo do Dharma, é através de seus nomes que suas atividades se tornam óbvias. Quando o ritual de Mahakala está sendo realizado, o protetor aparece na forma de uma divindade irada. Isso não quer dizer que Mahakala seja feroz ou agressivo. Mahakala não é nada mais do que a inseparabilidade entre a compaixão e a generosidade amorosa. Do ponto de vista da sabedoria mais elevada, não há separação entre Mahakala e a Mente Desperta de Buda. Mahakala é a manifestação da mente desperta. Apresentando-se de forma muito majestosa e esplêndida – apesar de assustadora –

As carpas e o Portal do Dragão - Por Nichiren

“Na China há uma cachoeira chamada Portão do Dragão. Suas águas precipitam-se de uma altura de mais de trinta metros e são mais velozes que uma flecha atirada por um forte arqueiro. Afirma-se que milhares de carpas reúnem-se na bacia abaixo esperando subir as cataratas, pois aquela que conseguisse esse intento transformar-se-ia num dragão. Contudo, nem uma única carpa em cem, mil, ou mesmo dez mil, consegue escalar a queda d’água, nem após dez ou vinte anos.  (...) Atingir o Estado de Buda não é mais fácil que homens de posição inferior penetrarem nos círculos da corte ou carpas escalarem o Portão do Dragão.” Nichiren. In: Ueno Dono Gohenji , Japão, 1279.

Os Oito Versos de Langri Thangpa

Sharawa aceitou Chekawa como discípulo e o instruiu durante anos nessa prática que era a sua principal, denominada “Os Oito Versos que Transformam a Mente” (ou “Os Oito Versos de Langri Thangpa”). Após 6 anos de treinamento constante, o discípulo se realizou, eliminando todo e qualquer traço de egoísmo. Os oito versos: 1.  Com a determinação de alcançar O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes, Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos, Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau. 2.  Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas, E, com todo respeito, considerá-las supremas, Do fundo do meu coração. 3.  Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente E, sempre que surgir uma emoção negativa, Pondo em risco a mim mesmo e aos outros, Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la. 4.  Vou prezar os seres que têm natureza perversa E aqueles

O Caminho de um Ngakpa

" Dançarino na indestrutível corrente de ilusão mágica, Unificador do tumulto de inconsistências e absurdidades, Portador do poder que gira a Roda da Alegria e do Vazio, Herói que percebe todas as coisas como ilusão, Enjoado Teimoso aborrecido com o apego temporal, Pequeno Iogue perfurando as projeções ilusórias alheias, Vagabundo que vende o Samsara na baixa, Viajante da luz que faz de sua parada sua morada, Bem-afortunado Caminhante que percebe sua Mente como o Lama, Vitorioso que compreende toda a aparência como a mente, Divinador da Relatividade que reconhece unidade como multiplicidade, Naljorpa que degusta o sabor único de todas as coisas - Estas são algumas das máscaras que eu exibo !" -  Drukpa Kunley