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Mostrando postagens de 2014

Dia em Memória dos Santos Mártires Templários

CALENDÁRIO LITURGICO DA IGREJA GNÓSTICA  DIA EM MEMÓRIA DOS SANTOS MÁRTIRES TEMPLÁRIOS  13 DE OUTUBRO  COR: VERMELHA  Lembre-se de nós Senhor, que estamos no Reino, e dos mártires servidores da Luz, especialmente Jacques de Molay, Guy de Auvergne, e todos os gloriosos mártires da Ordem Templária, quem fizeram de suas vidas unas ao brilho da Santa Gnose. Vós que sempre foi o conforto dos oprimidos e o repouso dos que por amor à verdade sofrem, lhes concedendo tua paz, teu bálsamo, e a glória da verdadeira Gnose. Concedei-nos o Amor, a Liberdade e a Luz, à exemplo dos Santos Mártires Templário. Não a nós Senhor, não a nós, mas em Teu nome e à Tua Glória, Amém!

Dia de São Francisco de Assis

CALENDÁRIO LITURGICO DA IGREJA GNÓSTICA DIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS (4 de Outubro) Oração de S. Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;  Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna. Amén Cântico das Criaturas , de S. Francisco de Assis Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor   Teus são o Louvor, a Glória,   a Honra e toda a Bênção.   Louvado sejas, meu Senhor,   com todas as Tuas criaturas,   especialmente o senhor irmão Sol,  

Dia de São Miguel Arcanjo

CALENDÁRIO LITURGICO DA IGREJA GNÓSTICA SÃO MIGUEL ARCANJO (29 de setembro) Cor:   Branca Planeta:   Sol “Ó glorioso Príncipe da Milícia Celeste, Arcanjo Mikael, defenda-nos no Bom Combate que empreendemos contra as forças ilusórias das trevas, maledicência, ignorância, e as emoções aflitivas que intentam contra nós durante nossa estada no plano denso. Vêm, líder invencível das Hostes Celestiais, Guardião do Paraíso e Portador da Espada Dupla, lâmina flamígera! Ajuda-nos e sustenta-nos em defesa do Inimigo! Vêm e encaminha-nos à mansão do Bem-Aventurado! Ilumina e purifica a nós e a este local, onde hora acendemos tua chama sagrada, ó Arcanjo Mikael! Que sob a tua proteção abandonemos as trevas da ignorância e nos entreguemos à Luz da Gnosis! Assim seja!”

Sete Oferendas do Altar Budista

Ante o altar ofereço as substâncias e assim aspiro: " Que a Água Pura aqui ofertada seja o suporte da realização da pureza original da mente, livre de qualquer ilusória obscuridade; Que as Flores aqui ofertadas sejam o suporte da realização da abertura de minha mente para sua natureza iluminada; Que o Incenso aqui ofertado seja o suporte da realização da efemeridade e ilusão de que se reveste o mundo da verdade relativa; Que a Luz aqui ofertada seja o suporte da realização do contínuo da Clara Luz; Que o Perfume aqui ofertado seja o suporte da realização da Vacuidade da realidade relativa a que estou condicionado; Que o Alimento aqui ofertado seja o suporte da realização da Força das sabedorias que desenvolvo; Que a Música aqui ofertada seja o suporte de realização da Alegria advinda do estado naturalmente iluminado da mente; Possam estas aspirações se concretizarem para o benefício de todos os seres que sofrem!"

Fundação da Igreja Gnóstica

Setembro - 1889, Tiranti - Nice /  França. A Duquesa de Pomar recebia, em sua capela particular, convidados para mais uma de suas incomuns reuniões. À frente, liderando preces evocatórias estava Jules  Doinel , bibliotecário de Orleans, acompanhado de tantas outras autoridades do ocultismo da época bem como do cenário político, inclusas visitas de países vizinhos. Foi justo com o decrescer da luz do sol, lá fora, e junto ao êxtase e fumaça de incenso queimado ao pé do altar, que se viu surgir as presenças imponentes quando escapa-lhe da boca o aviso: “Atenção todos à chegada dos Bispos do Sínodo de Montségur!”. Entreolhares, sombras cresciam junto às paredes da capela e se confundiam com a cor das luzes que cruzavam os vitrais, corações acelerados, um respeito instantâneo que preenchia o local da reunião. Foi através do mesmo médium que os Bispos deram, um por um, seus respectivos nomes, numa apresentação formal da comitiva gnóstica, fato posteriormente provado em investi

Transmissão do Dharma de Mahakashyapa à Ananda

O belo monge Ananda,  cujo nome significa "felicidade" ou "alegria", era primo do Buddha Shakyamuni. Ele nasceu na casta guerreira, na mesma noite em o Buddha atingiu a iluminação. Mais tarde, Ananda se tornaria o monge mais destacado no aprendizado, intelectualmente brilhante e de grande entendimento. Ele foi atendente do Buddha durante  vinte anos e memorizou todos os seus ensinamentos. Após a morte do Buddha, Ananda perguntou ao mestre Mahakashyapa se existia algo mais, algum tipo de ensinamento secreto, algo além dos discursos do Buddha, algo além do manto brilhante que simboliza a iluminação. Ananda:  O que o Buddha entregou a você além do manto de brocado dourado? Mahakashyapa:  Ananda! Ananda:  Sim? Kashyapa:  Abaixe o mastro na frente do portão! Subitamente, Ananda conseguiu captar o ensinamento que estava além do ensinamento. Extraído de www.dharmanet.com.br

Transmissão do Dharma de Shakyamuni para Mahakashyapa

Quando Mahakashyapa nasceu, uma luz dourada preencheu seu quarto e entrou em sua boca. Foi por isso que seus pais, de família brâmane, lhe deram o nome  Kashyapa , "bebedor de luz". Anos depois ele se tornaria um monge mendicante, mestre no ascetismo, o discípulo mais velho do Buddha. Certa vez, o Buddha Shakyamuni estava no monte Gridhrakuta, perto da cidade indiana de Rajagriha, acompanhado por inúmeros discípulos. Então apareceu a divindade Brahma, que presenteou o Buddha com uma guirlanda de flores douradas e pediu que ele expusesse o Dharma. Ao invés de proferir um discurso, Shakyamuni pegou uma das flores, levantou-a, começou a girá-la entre os dedos e piscou seus olhos. De todos os que estavam presentes ali, apenas Mahakashyapa conseguiu compreender o ensinamento e sorriu. Então o Buddha Shakyamuni lhe disse: Tenho o tesouro do olho do Dharma verdadeiro, a mente inefável do nirvana, a verdadeira forma da não-forma, a porta misteriosa do Dharma. Este tesouro

Dos que se iniciam no martinismo (Parte III)

Assim ouvi de um  Filósofo Desconhecido: “(...) rubro Homem de Desejo, que já tomou consciência de sua verdadeira natureza, agora que sabes de suas qualidades superiores, latentes mas ainda não manifestas pela ilusão da matéria, jamais se esqueça que és uma imagem perfeita d’Ele! Trabalhe para trazer à tona quem sempre fostes, mas que esquecestes, reconheça a preciosidade de sua natureza humana, utilize o suporte do mundo físico para exercer sua santidade! Se confinados estás em um corpo de matéria, apreendendo o mundo pelos cinco sentidos, expressando-se através de seu pensamento, suas emoções, ações e palavras, pois que sejam todas santas! Que o dois, bem ou mal, sejam dissolvidos e que sua motivação seja constantemente renovada pois sabes ser o agente do Artífice! Não há causa inferior, refina tua prática para elevar a tudo ao seu redor! Se erras, derrete o erro (e a culpa) no cadinho do Amor, renasce no Desejo quantas vezes necessário for como a fênix e assim será Regenerado.

Samadhi - Por Śrī Sevananda Svami

“o poder do pensamento é proporcionado, ao mesmo tempo, por três fatores, que são: o conhecimento intelectual, a sabedoria experimental e a íntima aspiração. Por isso, o ser humano não pode matar a ilusão pela meditação, sem as praticas que proporcionam experiências interiores, e estas: sabedoria. porém, somente as praticas e suas resultâncias, inclusive o êxtase ou samadhi, tampouco podem dar a liberação da ilusão, porque elas mesmas contêm um aspecto individual, auto-criador, porém auto-limitante. Somente uma imensa sede de infinitude, de eternidade e de paz inalterada darão ao pensamento, enriquecido pelo conhecimento e pela sabedoria, o poder penetrante e dispersivo, atrativo e concentrador, que um esforço tenaz e sereno, mata a ilusão e outorga a paz. em termos muito mais limitados, tal caminho visto em etapas individualizadas, nos pareceria: um inquieto que estuda, observa e se auto-observa; logo um sarva yogui em japa, dhyana e samadhi; finalmente um sarva swami entregue à peren

Dos que se tornam servidores no martinismo (Parte II)

Assim ouvi de um certo Filósofo Desconhecido: “Homem de Desejo, dissolva-se completamente, com clara visão e incognitamente, na Natureza Divina! Já caminhas entre os homens, mas não o é, comungas com o Senhor, mas não o é... Tu és o Cavaleiro, veículo do Artífice! Homem Regenerado está sendo Reintegrado! Não há mais Dois (eu e outro), não há mais Dois (eu e o Senhor), somos Um! A Luz é reflexo de sua mente, pensamento do Senhor... Assim venceu o sofrimento, assim venceu a limitação dos sentidos, assim regressa, pródigo filho que sempre foi, à casa do Pai! O Reino, antes morada do Mal, torna-se a Cidade Celeste, fonte do Bem, inicia pois o teu Ministério..." “Eu e o Pai somos um” Um Servidor Incógnito

Dos que se associam ao martinismo... (Parte I)

Assim ouvi de certo Filósofo Desconhecido: “ (...) Aquele que começa a enamorar-se da Sabedoria deve entender as origens do seu trabalho. Saiba que os Homens da Torrente estão cegos e insensíveis ao Mal que destila e se insinua por todos os lados. Mas saiba que o Mal possui um poder e tempo limitados, aqueles que aprendem os sinais, adquirem a consciência e visão, observam e atuam na sua imediata transformação, estes são os Cavaleiros de nobres desígnios. Saiba que o homem pode atingir a Iluminação, para tal existem dois caminhos: a observação do homem em si ou do Universo que o rodeia, pois as Leis que os governam são análogas. Há, portanto, a possibilidade latente no homem de retornar ao seio do Divino, estar um com Ele, para tal as marcas do Mal que impregnam a vida cotidiana devem ser abandonadas, seu conteúdo deverá ser transmutado, sob o cadinho do Amor, render-se à uma nova vida, apropriação da sua herança por direito. Seja pela via externa ou interna, o Homem ao tomar

Os Bispos de Montségur

Setembro - 1889, Tiranti - Nice /  França. A Duquesa de Pomar recebia, em sua capela particular, convidados para mais uma de suas incomuns reuniões. À frente, liderando preces evocatórias estava Jules Doinel, bibliotecário de Orleans, acompanhado de tantas outras autoridades do ocultismo da época bem como do cenário político, inclusas visitas de países vizinhos. Foi justo com o decrescer da luz do sol, lá fora, e junto ao êxtase e fumaça de incenso queimado ao pé do altar, que se viu surgir as presenças imponentes quando escapa-lhe da boca do médium o aviso: “Atenção todos à chegada dos Bispos do Sínodo de Montségur!”. Entreolhares, sombras cresciam junto às paredes da capela e se confundiam com a cor das luzes que cruzavam os vitrais, corações acelerados, um respeito instantâneo que preenchia o local da reunião. Foi através do mesmo médium que os Bispos deram, um por um, seus respectivos nomes, numa apresentação formal da comitiva gnóstica, fato posteriormente provado em inve

Yidam: realidade relativa e realidade absoluta

No budismo vajrayana o Yidam (Divindade Meditacional) não é tido como oposto ao ensinamento do Budha em seus Giros da Roda do Dharma. Em verdade, as Divindades Meditacionais  são compreendidas em diferentes níveis  que vão, para os leigos, de divindades externas até, para Mestres de Dharma e praticantes, como faculdades da Mente Iluminada, meios hábeis do método meditacional. A Natureza dos Yidams é dupla,  relativa e absoluta também chamadas como “realidade guia” e “realidade definitiva” da Natureza da própria mente. A “realidade guia” constitui os meios hábeis , aparentes, que nos encaminham à Verdade, levando em consideração as limitações intelectuais e emocionais (psíquicas) dos indivíduos. Por outro lado a “realidade absoluta”, o verdadeira natureza da mente, a Insubstancialidade, é a realização das qualidades inerentes àquela relativa. A dita “realidade guia” não pode ser chamada de falsa em comparação com a “realidade definitiva” pois àquela é parte desta, um método par

Sobre a prática de Mahakala – por Khenpo Karthar Rinpoche

Em uma PUJA (ou um RITUAL DE PRÁTICA DE SADHANA), invocamos e dirigimo-nos ao Guru, ao Yidam e às Três Raízes, ou, neste caso, ao protetor, Mahakala, que também pode ser entendido como a personificação das Três Raízes. Nosso foco principal em uma puja é a atividade iluminada que permeia o tempo e o espaço. Levando-se em conta que os Yidams (deidades budistas iluminadas) estão mais especificamente relacionados com o aspecto ativo do Dharma, é através de seus nomes que suas atividades se tornam óbvias. Quando o ritual de Mahakala está sendo realizado, o protetor aparece na forma de uma divindade irada. Isso não quer dizer que Mahakala seja feroz ou agressivo. Mahakala não é nada mais do que a inseparabilidade entre a compaixão e a generosidade amorosa. Do ponto de vista da sabedoria mais elevada, não há separação entre Mahakala e a Mente Desperta de Buda. Mahakala é a manifestação da mente desperta. Apresentando-se de forma muito majestosa e esplêndida – apesar de assustadora –

As carpas e o Portal do Dragão - Por Nichiren

“Na China há uma cachoeira chamada Portão do Dragão. Suas águas precipitam-se de uma altura de mais de trinta metros e são mais velozes que uma flecha atirada por um forte arqueiro. Afirma-se que milhares de carpas reúnem-se na bacia abaixo esperando subir as cataratas, pois aquela que conseguisse esse intento transformar-se-ia num dragão. Contudo, nem uma única carpa em cem, mil, ou mesmo dez mil, consegue escalar a queda d’água, nem após dez ou vinte anos.  (...) Atingir o Estado de Buda não é mais fácil que homens de posição inferior penetrarem nos círculos da corte ou carpas escalarem o Portão do Dragão.” Nichiren. In: Ueno Dono Gohenji , Japão, 1279.

Os Oito Versos de Langri Thangpa

Sharawa aceitou Chekawa como discípulo e o instruiu durante anos nessa prática que era a sua principal, denominada “Os Oito Versos que Transformam a Mente” (ou “Os Oito Versos de Langri Thangpa”). Após 6 anos de treinamento constante, o discípulo se realizou, eliminando todo e qualquer traço de egoísmo. Os oito versos: 1.  Com a determinação de alcançar O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes, Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos, Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau. 2.  Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas, E, com todo respeito, considerá-las supremas, Do fundo do meu coração. 3.  Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente E, sempre que surgir uma emoção negativa, Pondo em risco a mim mesmo e aos outros, Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la. 4.  Vou prezar os seres que têm natureza perversa E aqueles

O Caminho de um Ngakpa

" Dançarino na indestrutível corrente de ilusão mágica, Unificador do tumulto de inconsistências e absurdidades, Portador do poder que gira a Roda da Alegria e do Vazio, Herói que percebe todas as coisas como ilusão, Enjoado Teimoso aborrecido com o apego temporal, Pequeno Iogue perfurando as projeções ilusórias alheias, Vagabundo que vende o Samsara na baixa, Viajante da luz que faz de sua parada sua morada, Bem-afortunado Caminhante que percebe sua Mente como o Lama, Vitorioso que compreende toda a aparência como a mente, Divinador da Relatividade que reconhece unidade como multiplicidade, Naljorpa que degusta o sabor único de todas as coisas - Estas são algumas das máscaras que eu exibo !" -  Drukpa Kunley

Om Hadit Horus Nuit Hung!

"Verdadeiro observar, observar sereno, observar de sabedoria de longo alcance, observar de misericórdia,observar de compaixão. Tanto esperado, tanto esperado!" Fo nte:  Poema do Portal Universal de Kanzeon Bodisatva Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa  

Seis Uniões de Naropa

Naropa foi um homem Santo indiano que viveu no século XI e um pandit da Universidade de Nalanda. Recebeu do yogi indiano Tilopa os ensinamentos das Seis Yogas. Tilopa recebeu estes ensinamentos de diversos Gurus, como Nagarjuna, Charyapa e Lawapa. Naropa, com a ajuda de sua irmã Niguma, tornou-se tão hábil em propagar estes ensinamentos que ficaram conhecidas como as Seis Uniões de Naropa ou as Seis Uniões de Niguma, um conjunto de práticas tântricas preservadas pela linhagem Kagyu. Muitos praticantes renomados deste conjunto de Uniões (yoga) pertencem a linhagem Gelugpa, incluindo o Patriarca da mesma, Sua Santidade o Dalai Lama, um especialista nestas Yogas, que afirma serem eficientes e rápidas na obtenção absoluta da verdade, inerente a todos os seres, que não podem ser simplesmente analisadas a luz racional para aqueles que visam atingir Mahamudra. Naropa teria transmitido estes ensinamentos a Marpa, um tradutor, professor de Milarepa, uma das figuras mais populares dos san

Para Além da Curva da Estrada

Para além da curva da estrada  Talvez haja um poço, e talvez um castelo,  E talvez apenas a continuação da estrada.  Não sei nem pergunto.  Enquanto vou na estrada antes da curva  Só olho para a estrada antes da curva,  Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.  De nada me serviria estar olhando para outro lado  E para aquilo que não vejo.  Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.  Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.  Se há alguém para além da curva da estrada,  Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.  Essa é que é a estrada para eles.  Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.  Por ora só sabemos que lá não estamos.  Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva  Há a estrada sem curva nenhuma.  Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"   Heterónimo de Fernando Pessoa